Aparecido Ramos, sempre foi um rapaz muito conhecido na cidade de Votorantim; rodeado por muitos amigos e mulheres, Aparecido vivia de festa em festa sempre regada de muita bebida.
"Mesmo vivendo uma vida errada eu era bem visto pelas familias"
Num dia fui consertar um telhado na casa de uma pessoa e chegando lá conheci Marinalva, minha atual esposa e ali houve um interesse muito grande dela por mim. Mas eu jamais poderia imaginar que um dia eu poderia ter algo com Marinalva, pois ela era muito nova!
Eu continuei vivendo a vida de sempre, ficando com uma e com outra, mas Marinalva não desistia nunca, sempre procurava estar próxima de mim, pra ela não importava com quem eu estava, ela não aceitava me perder. Sua obsessão era tão grande que aceitava as minhas condições para namorar com ela. Dizia que eu já estava namorando com outra pessoa e que se ela quisesse era para aceita-la. E ela aceitava!
O relacionamento não era estável, pois havia muitas brigas e eu sempre decidia terminar, mas ela sempre me procurava para reatar o namoro. Depois de um tempo voltavamos a namorar, mas eu ainda continuava com a outra pessoa e insistia com Marinalva que não a deixaria e dizia também que só poderia namorar com ela depois das 21:00 hs em lugares distante do bairro e de preferencia em lugares escuros, pois eu não podia ser visto por ninguém.
As brigas continuavam e quando chegava a terminar com Marinalva, ela ficava dias sem comer, não saía de casa, vivia chorando. algum tempo depois terminei o namora com a outra pessoa, pra ficar com a Marinalva. Em seguida a sua mãe me procurou dizendo que iria morar em Sorocaba SP e que era para ficar com ela pois na época Marinalva tinha apenas 14 anos, e não podia ficar sozinha.
A Marinalva veio morar comigo na casa dos meus pais, mas eu levava uma vida de solteiro, só respeitava ela dentro de casa e vivia saindo pelas festas com os amigos.
O ACIDENTE
Numa dessas festas eu fui com um amigo e no final da festa, passei para pegar um lanche que a Marinalva havia pedido, no retorno sofri um acidente de moto e fomos levados para o hospital desacordados. o rapaz teve ferimentos leves e eu fiquei em uma situação desesperadora praticamente sem vida; foram 23 dias na U.T.I. a minha cabeça inchava e os médicos diziam se a cabeça inchasse mais eu não teria por onde respirar,seria obito na certa. A minha cabeça estava inchada e eu não conseguia respirar pela boca,perdi quase todos os dentes,a minha lingua formou um Y ou seja se dividiu em duas partes, de baixo da lingua havia se desprendido, foram 23 dias lutando com a morte!
Os médicos já não conseguia estancar o sangue que saia da minha boca.Um dos médicos dizia que não iria me operar, pois já não tinha mais jeito! Eu ia morrer! Enfermeiros corriam de um lado para outro, o sangue escorria pelas costas, as trocas de lençois eram constantes!
Por várias vezes eu desmaiava.Um dos enfermeiros chefe disse ao médico que independente se eu fosse morrer ou não a cirurgia tinha de ser realizada pois isso poderia trazer problemas para o hospital.
Após a cirurgia a situação se agravava, pois a hemorragia não cessava, passei noites tendo que jogar uma caneca de plastico no corredor para pedir socorro, pois eu estava morrendo sufocado pelo próprio sangue.
Depois dos 23 dias nesta situação, os médicos disseram que não havia mais nada a ser feito e que a familia podia me levar pra casa.
Então fiquei seis meses em casa e nesse tempo a Marinalva estava ali cuidando de mim, me alimentando.
Fiquei tão magro e debilitado que nenhuma roupa ficava bem em mim.
APÓS A RECUPERAÇÃO
Quando me recuperei, eu já não dava muita importância para a minha aparência, andava pelas ruas sem dentes,e não se preocupava com isso pois eu havia escapado da morte.
A partir daí, eu me aprofundei mais e mais nas farras, bebidas e drogas, onde tinha festas e bebidas ali eu estava, mas com uma diferença agora a Marinalva me acompanhava na maioria das noites. Nessa fase Marinalva e eu chegamos ao ponto de andarmos armados com revolver nas festas.
Me lembro que fui acusado injustamente por um roubo e por onde eu andava, principalmente nas festas da cidade, um rapaz lutador de capoeira me seguia e eu já não estava mais aguentando aquela situação e decidi que iria acabar com aquela opressão. Então comprei uma arma e estava decidido a matar aquele rapaz. Na minha cabeça já estava tudo planejado, como seria a execução. Pensei na época, "esse sujeito vai querer brigar comigo na mão, pois ele leva uma certa vantagem por ser lutador de capoeira então eu vou tirar ele da festa (junina) e mato ele na rua". Como tudo estava planejado, quando comprei a arma eu fui testa-la, comprei varias balas e fui no meio do mato fazer alguns disparos, pois o que eu prentedia fazer não podia falhar e aconteceu que depois de alguns tiros a arma já não funcionava mais. Então decidi levar aquela arma para um sr. arrumar e esse sr. arrumava armas até de policiais.
Naquela ocasião dei as instruções para a Marinalva como ela deveria proceder, pois eu sabia que os policiais revistavam somente os homens. Pedi para que a Marinalva colocasse a arma na cintura e quando chegasse lá pegasse a arma pelo cano,e e não pelo cabo se não o homem iria achar que ele estava sendo assaltado.Chegando lá ela fez tudo ao contrário.
O senhor mexeu na arma, mas não ficou bom, voltei lá e ele trocou uma peça do revolver e tornei a testa-la, agora sim a arma estava pronta.Decidido fui atras do rapaz para mata-lo, chegando na festa, eu estava abraçado com a Marinalva com a mão em cima da arma, pois pois ela estava com uma jaqueta volumosa. A Marinalva andava dura com medo que a arma desparasse.
Quando encontramos o rapaz, algo estranho aconteceu, pois o rapaz parecia que nunca tinha me visto antes, não expressava nenhum tipo de reação, eu tentava cerca-lo esperando um olhar ou alguma atitude e nada; parecia um desconhecido. Acabou que o rapaz aparentemente não me conhecia mais.
Depois desse acontecimento viajamos para outro estado e na volta dessa viagem retornamos piores, agora a Marinalava e eu entravamos de cabeça no vício da bebida, totalmente dependente. A Marinalva usava o dinheiro que ganhava na faxina para comprar caixas de cervejas .
A fisionomia de Marinalva antes da transformação de Deus
Embora não fossemos viciados em drogas, mas viviamos no meio de viciados na maconha, crack etc...
Combinamos de levar um ou dois ônibus lotado para visitar um amigo na cadeia e lá corriamos risco de rebelião e como os bandidos tem as suas regras então tinhamos que ter muito cuidado,pois se alguma mulher de algum bandido passasse no corredor então os homens tinham que virar pra parede até ela passar.
Essa era a vida que viviamos e muitos amigos que andava com a gente na época morreram uns assassinados,outros de overdose etc...
MILENA, MINHA FILHA
Minha filha nasceu no meio do tráfico, dos vicios, minha filha nasceu com um problema de sopro no coração, na ocasião nós não tinhamos uma boa alimentação, uma moradia digna e eu estava desempregado.Um dia olhei pra minha filha enrolada num cobertor, estava muito frio e disse "um dia seremos felizes".Mas para que isso fosse possivél eu tinha que sair da vida que eu vivia, mas eu pensava como vou sair, eu sou muito conhecido e eles sempre me procuram.as vezes saía uma troca de tiro ou alguma confusão entre rivais e um deles queria se refugiar na minha casa e eu não podia dizer não...
Quando decidi sair dessa vida eu falei para minha esposa "Marinalva eu vou parar com a bebida e vou sair dessa vida! é isso que eu quero" E ela não me respondeu nada, pois ela estava tão envolvida com a bebida que não esboçava nenhuma reação. A partir daquele dia, eu já não bebia mais, as pessoas com quem andavamos achava estranho o nosso comportamento e nos perguntavam porque não queriamos beber mais com eles! Eu passava o tempo todo em casa andando de um lado pro outro e não entendendo o que estava acontecendo. Hoje eu entendo que era Deus trabalhando em mim.
Logo a Marinalva parou de beber, mas não conseguia dormir, sofria de insônia.
Foi quando ela foi convidada a ir na igreja universal do reino de Deus.
Chegando na igreja ela comentou com o pastor que não estava conseguindo dormir e então o pastor fez uma oração.
A partir dali a Marinalava dormia todas as noites e começou a frenquentar as reuniões da igreja.
Pouco tempo depois venho uma campanha chamada Fogueira Santa de Israel e a Marinalva chegou em casa e meio sem jeito tentou me dizer chorando sobre a campanha dizendo que era uma campanha forte e para sua surpresa eu perguntei: "O pastor falou que tem que fazer? e ela respondeu que sim, então respondi "Então faz" Ela não esperava essa resposta. A Marinalva ficou dois anos fazendo corrente por mim indo a pé do bairro São Lucas até a Av.31 de março.
Nesta altura eu já lia a bíblia escondido da Marinalava. E quando eu lia que Jesus andava sobre as águas eu sorria e batia palmas pois achava aquilo impressionante.Quando fui a igreja pela primeira vez a primeira palavra que ouvi foi marcante pra mim.
O pastor disse que iria iniciar um proposito de derrubar o trono do diabo, aquilo pra mim foi o máximo, pois eu sempre fui da confusão no mundo, e quando eu ouvia o pastor falando daquele jeito eu dizia que estava com o pastor naquele propósito. Ali eu fui aprendendo passo a passo de como se libertar de tudo de ruim e tudo que o pastor falava para mim era lei. Fiz as minhas correntes de libertação e não quebrava de jeito algum. Era chuva, era sol e eu estava lá, firme na fé.
Hoje quem vê a minha vida, diz que somente Deus pra fazer tal transformação. Minha filha tem 12 anos de idade e está curada, minha esposa e eu somos obreiros, temos a nossa casa própria, hoje eu tenho um bom trabalho. Somos felizes! Eu era um caso perdido!
Cido, como é conhecido hoje na igreja, nos autoriza a mostrar algumas fotos de como vivia antes do encontro com Deus.
"Por onde eu fosse, este era o meu estilo, sempre sem camisa"
A FAMÍLIA TRANSFORMADA
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| APARECIDO MILENA MARINALVA |
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"Eu vi o antes e o depois e reconheço que pra uma mudança assim só Deus seria capaz de fazer! Hoje eu e o meu marido estamos frequentando as reuniões da IURD e me espelho neles! e eles tem me ajudado muito a caminhar na fé!
Juliana (irmã de Marinalva)
